quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Breve resumo do livro APOKALYPSIS


I –Organização do livro e hipóteses de leitura

“Apokalypsis” foi elaborado a partir do teor de 21 cadernos, com milhares de páginas manuscritas e desenhadas por Victor Borges.
Das 710 páginas que o compõem, 92% são textos originais de Victor Borges e 8% da autoria de Nuno Campos Inácio, que elaborou a obra póstuma.
“Apokalypsis” é composto por dois livros, que se harmonizam, permitindo 4 hipóteses de leitura diferentes, todas com igual lógica.


 II – Organização dos dois livros

O primeiro livro, está dedicado à origem do Cristianismo, iniciando-se com a vida de Moisés e terminando com a vinda do sarcófago de Jesus para a cidade algarvia de Silves.

O segundo livro, mais amplo, pretende explicar a origem da humanidade, tendo por ponto de partida o Génesis, terminando com a conquista definitiva do Algarve por D. Afonso III.


 III - Livro Primeiro – Akhenaton/Moisés

Neste capítulo é defendida a tese de que Moisés era “Akhenaton”, um Faraó do Egipto, da Dinastia Ahmoshe.
Iniciando a tese pela semelhança onomástica entre “Moshe” e “Ahmoshe”, seguem-se as semelhanças históricas e de vida entre ambos.
1 – Origem egípcia (ainda que um escravo e outro nobre)
2 – Vida na corte (ainda que um por adopção e o outro legitimamente)
3 – Conversão de ambos a um Deus único
4 – Ambos tentam reunir em si o poder político e o poder religioso
5 – Ambos lideram um “Êxodo”, o de Moisés para a Terra Prometida, o de Akhenaton para a nova capital do Império
6 – Moisés foi perseguido pelo exército egípcio; Akhenaton foi perseguido pelos líderes religiosos, tendo sido destituído do poder
7 – Os túmulos reais de Akhenaton foram encontrados vazios, indiciando que o faraó não morreu no Egipto
8 – Ao ser destituído, Akhenaton reuniu os seus fiéis e abandonou o Egipto
9 – Em 1904, no Monte Sinai, no local onde Moisés terá recebido os 10 Mandamentos, foi encontrada uma efígie de Tiy, a mãe de Akhenaton
10 – A Conjugação de todos estes dados, permitem avançar com a tese de que Moisés e Akhenaton era uma e a mesma pessoa, tendo a sua vida sido “adulterada” para a de Moisés, para fomentar a imagem de um “Povo Eleito”, na qual a figura de u faraó egípcio não se enquadrava.


IV - Livro Primeiro – Boanerges

Os Boanerges “Filhos do Trovão”, são os ascendentes pela linha varonil de “Jesus Cristo”.
Essa alcunha surge com Onias I, Sumo-Sacerdote do Templo, sendo a linhagem mais carismática de Sumo-Sacerdotes, descendentes de Zadok, o primeiro Sumo-Sacerdote do Templo de David.
Com a profanação do Templo de Jerusalém, os Onias e a diáspora radicada no Egipto ergueram um novo templo, consagrado em 152 a.C.. Onias IV, foi o primeiro da linhagem dos Boethus, que regressa a Jerusalém no Século I a.C..
Numa tentativa de trazer a paz e a união entre as várias correntes judaicas, foi estabelecida entre as várias facções uma “Nova Aliança”, que pretendia “criar geneticamente” um candidato a Sumo-Sacerdote e a Rei aceite por todos.


 V - Livro Primeiro – César

Nesse mesmo período, Júlio César decide converter o Império Romano ao monoteísmo, seguindo o modelo judaico. O primeiro passo foi a remodelação do calendário.
Simultaneamente, Júlio César inicia o projecto “Portus Galliae” e “Campus Stellae”.
Com o projecto “Portus Galliae” pretende transformar a linha de costa ocidental da Península Ibérica no grande porto da Europa, iniciando carreias marítimas com o Oriente, destruindo a milenar “Rota da Seda” e evitando o ataque dos piratas mediterrânicos.
Com o projecto “Campus Stellae” iniciava-se um colonato judaico, que ficaria responsável pela organização do grande comércio marítimo, pagando tributo a Roma.
Júlio César pretendia contribuir para a “Nova Aliança” genética, contribuindo para a concepção do futuro rei/sacerdote. Com esse fim, teve, de Cleópatra, o filho Cesarião.
A morte prematura de César interrompeu o projecto e limitou a “Nova Aliança” a uma questão judaica.




 VI - Livro Primeiro – O Idumeu

Com a morte de Júlio César, Herodes torna-se Rei dos Judeus, ficando responsável para criação da “Nova Aliança” e por reunir as condições políticas e “técnicas”, para o nascimento do “Messias”.
Herodes contribui, geneticamente, para o nascimento do “Messias”, pelo seu casamento com Mariam, filha de Shimon “Boethus”, Sumo-Sacerdote entre 22 e 5 a.C.
Herodes e Mariam foram pais de outra Mariam (Maria), a mãe de Shimon ben Yosef, o verdadeiro “Jesus Cristo”



 VII - Livro Primeiro – O Messias.

O poder temporal e intemporal ficou reunido na pessoa de Shimon ben Yosef. O seu pai, era Joazar ben Hania, Sumo-Sacerdote, por morte de seu pai, entre 4 e 1 a.C. Casou com sua sobrinha, Mariam, filha do rei Herodes. 
Devido à sua impopularidade, por defender o cumprimento do censo romano, Joazar ben Hania foi deposto e exilado no Egipto (A Fuga para o Egipto).
Apesar do exílio, Shimon ben Yosef continuava a ser o “Messias”, aquele que deveria ser ungido como Rei dos Judeus e Sumo-Sacerdote do Templo, preparando-se para isso.


 VIII - Livro Primeiro – A Traição ao Messias

Quando chegou a altura de ser nomeado, os sacerdotes do Templo dividiram-se e Shimon ben Yosef ficou em minoria, optando a maioria pela manutenção de Caifas como Sumo-Sacerdote. O Evangelho de João e o Apocalipse não são mais do que a história desse conflito e da traição de que Shimon foi vítima, que o levou à crucificação.
No entanto, Shimon também tinha apoiantes e conseguiu escapar à morte, sendo tratado pelos seus discípulos.
Paulo, um dos traidores, adultera os relatos originais e cria os primeiros Evangelhos, dando origem a uma nova religião, o Cristianismo.



IX - Livro Primeiro – Casamento e morte do Messias

Shimon ben Yosef (Jesus Cristo), casou com a sua prima Marta, popularmente conhecida por “Maria Madalena”, sendo esta filha de Eleazar ben Hania e de Helena, ou Elisheba, filha de Olimpia e de Herodes de Cálcis. Era irmã de Yohanan ben Zacharias (João Baptista), Shimon ben Zacharias (Pedro) e Eliezer (Lázaro).
Shimon ben Yosef veio a ser assassinado pelos partidários de Paulo em cerca de 60 d.C., tendo sido apedrejado até à morte.
Inicia-se a guerra civil entre os Judeus, que levou à intervenção de Roma e à destruição definitiva do Templo.

 X - Livro Primeiro – Destino da família

Com a destruição do Templo, os partidários de Shimon ben Yosef dividem-se. Uma parte, composta certamente pelos seus familiares, dirigiu-se para “Portus Galliae”, radicando-se em Silves, tendo trazido as suas relíquias.
Outra parte refugia-se na zona da Arábia, misturando-se com as tribos nómadas, de onde surgirá, séculos depois, a figura do profeta Maomé que, nos escritos, refere Jesus, acrescentando que foi crucificado, mas não morreu na cruz.



 XI - Livro Primeiro – A Interpretação do Evangelho de João e do Apocalipse

A segunda parte do primeiro livro contém a interpretação do Evangelho de São João e do Apocalipse, pretendendo revelar o seu conteúdo inicial, antes da adulteração efectuada por Paulo.
Na opinião de Victor Borges, estes textos teriam sido redigidos pelo próprio Shimon ben Yosef (Jesus Cristo).
Trata-se de um trabalho notável, principalmente porque se verifica que a teoria apresentada pode ser facilmente comprovada com uma interpretação histórico sobre os factos narrados.

                                                         
                                            
 XII – Epístola Ossonobensis

Em Dezembro de 2011, Victor Borges decifrou um pergaminho, com uma mensagem oculta, que refere o túmulo de Jesus no Algarve.

IN-ARA-OSSONOBA-ESVRIS-IN-SOLIS-SACERDOTIBVS-IESVUS-EST
(No altar de Ossónoba, em Esuris, encontra-se sepultado o corpo do Sacerdote Jesus)




 XIII – Os Primórdios do Cristianismo no Algarve

Parte do livro da autoria de Nuno Campos Inácio, elaborada ainda em vida de Victor Borges. Permite concluir que:
1 – O Algarve foi das primeiras regiões a receber o Cristianismo
2 – O Cristianismo foi aceite devido à veneração “Mariana”
3 – O Cristianismo foi buscar muita da sua teosofia a mitologias existentes na época, como a adoração de Isis e de Diana
4 – O Cristianismo começou por ser uma religião de elites
5 – A comemoração do Natal a 25 de Dezembro começou por ser feita no Algarve, passando, no Século V, a ser praticada em toda a Cristandade


      
Livro Segundo

O Livro Segundo foi feito a partir de vários manuscritos soltos, que foram organizados cronologicamente. Depreende-se que Victor Borges pretendia escrever uma história da humanidade, a partir do Génesis.
Mikra – O Diário de Deus, é o título da primeira parte desse Segundo Livro, que interpreta o Génesis à luz do conhecimento científico actual.
Cronologicamente, o diário começa em 4 500 000 a.C. e interpreta os 2 primeiros versículos. Segundo o trabalho apresentado, esses dois versículos compreendem a “grande noite”, que Victor Borges dividiu em 12 horas, entre 4 500 000 e 11 386 a.C., contando a história da evolução humana.

I – O Éden e a origem de algumas figuras mitológicas

Nos últimos 10 minutos da “Grande Noite”, Victor Borges defende que o Éden compreendia toda a região mediterrânica, norte dos Himalaias, parte da Rússia e Europa.
O Jardim de Éden, correspondia ao Crescente Fértil da Mesopotâmia.
O mito dos Querubins tem origem nos povos das zonas montanhosas, que usavam capas impermeáveis feitas com penas. A sua morada no alto das montanhas e as penas, criaram as figuras míticas dos anjos.
Os Centauros tiveram origem na domesticação dos cavalos, usados como montadas por povos das estepes.



II – A Esfinge e as Pirâmides

Nesta obra, Victor Borges defende que a esfinge e as primeiras pirâmides eram centros de encontro entre tribos para a realização de festivais e ritos de acasalamento entre eleitos de algumas tribos.
Até então, a humanidade viveu num sistema profundamente matriarcal.



 III – Adão

Adão representa o fim do sistema matriarcal e o início do sistema patriarcal. Os anos de vida apresentados para Adão, representam os anos que durou a sua dinastia e, a listagem da sua descendência, representa as dinastias que lhe sucederam e as divisões internas, ocorridas na Mesopotâmia.
Os textos seguintes aprofundam alguns temas já abordados no Livro Primeiro, enriquecendo o conhecimento e desenvolvendo a sua tese. Aqui poderão saber mais sobre Moisés, Tróia, Buda, “Postus Galliae et Campus Stellae”, enquanto é resumida a questão relativa a Jesus, desenvolvida no Livro Primeiro.


 IV – Maomé

Um dos capítulos deste segundo livro contam a história da vida de Maomé, com a mesma “distância” e “frontalidade” usada para contar a história da vida de Moisés ou de Jesus Cristo.
Defende-se que Maomé surge do seio dos grupos judaicos exilados na península arábica, entre eles os apoiantes do “Messias”.
Maomé terá sido um asceta “Sufi”, seguidor das tradições judaicas, que adaptou às necessidades do seu povo.


  
V – Ibn Qaci

Segue-se um capítulo dedicado a Ibn Qaci, apresentando uma teoria sobre a sua naturalidade. Segundo Victor Borges, Ibn Qaci nasceu no Monte Júlia, na freguesia de Alte.
Também Mahfûz, o último rei de Silves, é alvo de atenção por parte de Victor Borges, num texto que dará muito que falar entre os historiadores.


  
VI – Conclusão

O livro termina com dois poemas ricamente ilustrados por Victor Borges e um conjunto de desenhos e extrapolações, que evidenciam a riqueza da sua cultura, do seu conhecimento e da sua vocação artística.


4 comentários:

  1. Puxa-vida... Ao ler este resumo, questiono-me se o autor teria alguma vez (pelo menos) lido a primeira carta do apóstolo Paulo aos Romanos... ?

    Não duvido que o senhor tenha feito uma enorme pesquisa, mas certas coisas são tão básicas que escusavam percorrer mais caminho... :/

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    1. (já para não questionar se teria lido mais algum dos livros do Novo Testamento...?)

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  2. Amigo Vitor Madeira, tanto leu, que consta do próprio livro. E tanto leu os outros livros, que a obra contém uma interpretação versículo a versículo do Evangelho de São João e do Apocalipse.

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