I –Organização do
livro e hipóteses de leitura
“Apokalypsis” foi elaborado a
partir do teor de 21 cadernos, com milhares de páginas manuscritas e desenhadas
por Victor Borges.
Das 710 páginas que o compõem,
92% são textos originais de Victor Borges e 8% da autoria de Nuno Campos
Inácio, que elaborou a obra póstuma.
“Apokalypsis” é composto por dois
livros, que se harmonizam, permitindo 4 hipóteses de leitura diferentes, todas
com igual lógica.
O primeiro livro, está dedicado à
origem do Cristianismo, iniciando-se com a vida de Moisés e terminando com a
vinda do sarcófago de Jesus para a cidade algarvia de Silves.
O segundo livro, mais amplo,
pretende explicar a origem da humanidade, tendo por ponto de partida o Génesis,
terminando com a conquista definitiva do Algarve por D. Afonso III.
Neste capítulo é defendida a tese
de que Moisés era “Akhenaton”, um Faraó do Egipto, da Dinastia Ahmoshe.
Iniciando a tese pela semelhança
onomástica entre “Moshe” e “Ahmoshe”, seguem-se as semelhanças históricas e de
vida entre ambos.
1 – Origem egípcia (ainda que um
escravo e outro nobre)
2 – Vida na corte (ainda que um
por adopção e o outro legitimamente)
3 – Conversão de ambos a um Deus
único
4 – Ambos tentam reunir em si o
poder político e o poder religioso
5 – Ambos lideram um “Êxodo”, o
de Moisés para a Terra Prometida, o de Akhenaton para a nova capital do Império
6 – Moisés foi perseguido pelo
exército egípcio; Akhenaton foi perseguido pelos líderes religiosos, tendo sido
destituído do poder
7 – Os túmulos reais de Akhenaton
foram encontrados vazios, indiciando que o faraó não morreu no Egipto
8 – Ao ser destituído, Akhenaton
reuniu os seus fiéis e abandonou o Egipto
9 – Em 1904, no Monte Sinai, no
local onde Moisés terá recebido os 10 Mandamentos, foi encontrada uma efígie de
Tiy, a mãe de Akhenaton
10 – A Conjugação de todos estes
dados, permitem avançar com a tese de que Moisés e Akhenaton era uma e a mesma
pessoa, tendo a sua vida sido “adulterada” para a de Moisés, para fomentar a
imagem de um “Povo Eleito”, na qual a figura de u faraó egípcio não se
enquadrava.
IV - Livro Primeiro –
Boanerges
Os Boanerges “Filhos do Trovão”,
são os ascendentes pela linha varonil de “Jesus Cristo”.
Essa alcunha surge com Onias I,
Sumo-Sacerdote do Templo, sendo a linhagem mais carismática de Sumo-Sacerdotes,
descendentes de Zadok, o primeiro Sumo-Sacerdote do Templo de David.
Com a profanação do Templo de
Jerusalém, os Onias e a diáspora radicada no Egipto ergueram um novo templo,
consagrado em 152 a.C.. Onias IV, foi o primeiro da linhagem dos Boethus, que
regressa a Jerusalém no Século I a.C..
Numa tentativa de trazer a paz e
a união entre as várias correntes judaicas, foi estabelecida entre as várias
facções uma “Nova Aliança”, que pretendia “criar geneticamente” um candidato a
Sumo-Sacerdote e a Rei aceite por todos.
Nesse mesmo período, Júlio César
decide converter o Império Romano ao monoteísmo, seguindo o modelo judaico. O
primeiro passo foi a remodelação do calendário.
Simultaneamente, Júlio César
inicia o projecto “Portus Galliae” e “Campus Stellae”.
Com o projecto “Portus Galliae”
pretende transformar a linha de costa ocidental da Península Ibérica no grande
porto da Europa, iniciando carreias marítimas com o Oriente, destruindo a
milenar “Rota da Seda” e evitando o ataque dos piratas mediterrânicos.
Com o projecto “Campus Stellae”
iniciava-se um colonato judaico, que ficaria responsável pela organização do
grande comércio marítimo, pagando tributo a Roma.
Júlio César pretendia contribuir
para a “Nova Aliança” genética, contribuindo para a concepção do futuro
rei/sacerdote. Com esse fim, teve, de Cleópatra, o filho Cesarião.
A morte prematura de César
interrompeu o projecto e limitou a “Nova Aliança” a uma questão judaica.
VI - Livro Primeiro – O Idumeu
Com a morte de Júlio César,
Herodes torna-se Rei dos Judeus, ficando responsável para criação da “Nova
Aliança” e por reunir as condições políticas e “técnicas”, para o nascimento do
“Messias”.
Herodes contribui, geneticamente,
para o nascimento do “Messias”, pelo seu casamento com Mariam, filha de Shimon
“Boethus”, Sumo-Sacerdote entre 22 e 5 a.C.
Herodes e Mariam foram pais de
outra Mariam (Maria), a mãe de Shimon ben Yosef, o verdadeiro “Jesus Cristo”
O poder temporal e intemporal
ficou reunido na pessoa de Shimon ben Yosef. O seu pai, era Joazar ben Hania, Sumo-Sacerdote,
por morte de seu pai, entre 4 e 1 a.C. Casou com sua sobrinha, Mariam, filha do
rei Herodes.
Devido à sua impopularidade, por
defender o cumprimento do censo romano, Joazar ben Hania foi deposto e exilado
no Egipto (A Fuga para o Egipto).
Apesar do exílio, Shimon ben
Yosef continuava a ser o “Messias”, aquele que deveria ser ungido como Rei dos
Judeus e Sumo-Sacerdote do Templo, preparando-se para isso.
Quando chegou a altura de ser
nomeado, os sacerdotes do Templo dividiram-se e Shimon ben Yosef ficou em
minoria, optando a maioria pela manutenção de Caifas como Sumo-Sacerdote. O
Evangelho de João e o Apocalipse não são mais do que a história desse conflito
e da traição de que Shimon foi vítima, que o levou à crucificação.
No entanto, Shimon também tinha
apoiantes e conseguiu escapar à morte, sendo tratado pelos seus discípulos.
Paulo, um dos traidores, adultera
os relatos originais e cria os primeiros Evangelhos, dando origem a uma nova
religião, o Cristianismo.
IX - Livro Primeiro –
Casamento e morte do Messias
Shimon ben Yosef (Jesus Cristo), casou
com a sua prima Marta, popularmente conhecida por “Maria Madalena”, sendo esta
filha de Eleazar ben Hania e de Helena, ou
Elisheba, filha de Olimpia e de Herodes de Cálcis. Era irmã de Yohanan ben
Zacharias (João Baptista), Shimon ben Zacharias (Pedro) e Eliezer (Lázaro).
Shimon ben Yosef veio a ser
assassinado pelos partidários de Paulo em cerca de 60 d.C., tendo sido
apedrejado até à morte.
Inicia-se a guerra civil entre os
Judeus, que levou à intervenção de Roma e à destruição definitiva do Templo.
Com a destruição do Templo, os
partidários de Shimon ben Yosef dividem-se. Uma parte, composta certamente
pelos seus familiares, dirigiu-se para “Portus Galliae”, radicando-se em
Silves, tendo trazido as suas relíquias.
Outra parte refugia-se na zona da
Arábia, misturando-se com as tribos nómadas, de onde surgirá, séculos depois, a
figura do profeta Maomé que, nos escritos, refere Jesus, acrescentando que foi
crucificado, mas não morreu na cruz.
A segunda parte do primeiro livro
contém a interpretação do Evangelho de São João e do Apocalipse, pretendendo
revelar o seu conteúdo inicial, antes da adulteração efectuada por Paulo.
Na opinião de Victor Borges,
estes textos teriam sido redigidos pelo próprio Shimon ben Yosef (Jesus
Cristo).
Trata-se de um trabalho notável,
principalmente porque se verifica que a teoria apresentada pode ser facilmente
comprovada com uma interpretação histórico sobre os factos narrados.
Em Dezembro de 2011, Victor
Borges decifrou um pergaminho, com uma mensagem oculta, que refere o túmulo de
Jesus no Algarve.
IN-ARA-OSSONOBA-ESVRIS-IN-SOLIS-SACERDOTIBVS-IESVUS-EST
(No altar de Ossónoba, em
Esuris, encontra-se sepultado o corpo do Sacerdote Jesus)
Parte do livro da autoria de
Nuno Campos Inácio, elaborada ainda em vida de Victor Borges. Permite concluir
que:
1 – O Algarve foi das
primeiras regiões a receber o Cristianismo
2 – O Cristianismo foi
aceite devido à veneração “Mariana”
3 – O Cristianismo foi
buscar muita da sua teosofia a mitologias existentes na época, como a adoração
de Isis e de Diana
4 – O Cristianismo começou
por ser uma religião de elites
5 – A comemoração do Natal a
25 de Dezembro começou por ser feita no Algarve, passando, no Século V, a ser
praticada em toda a Cristandade
Livro Segundo
O Livro Segundo foi feito a
partir de vários manuscritos soltos, que foram organizados cronologicamente.
Depreende-se que Victor Borges pretendia escrever uma história da humanidade, a
partir do Génesis.
Mikra – O Diário de Deus, é o
título da primeira parte desse Segundo Livro, que interpreta o Génesis à luz do
conhecimento científico actual.
Cronologicamente, o diário começa
em 4 500 000 a.C. e interpreta os 2 primeiros versículos. Segundo o trabalho
apresentado, esses dois versículos compreendem a “grande noite”, que Victor
Borges dividiu em 12 horas, entre 4 500 000 e 11 386 a.C., contando a história
da evolução humana.
I – O Éden e a origem
de algumas figuras mitológicas
Nos últimos 10 minutos da “Grande
Noite”, Victor Borges defende que o Éden compreendia toda a região
mediterrânica, norte dos Himalaias, parte da Rússia e Europa.
O Jardim de Éden, correspondia ao
Crescente Fértil da Mesopotâmia.
O mito dos Querubins tem origem
nos povos das zonas montanhosas, que usavam capas impermeáveis feitas com
penas. A sua morada no alto das montanhas e as penas, criaram as figuras
míticas dos anjos.
Os Centauros tiveram origem na
domesticação dos cavalos, usados como montadas por povos das estepes.
II – A Esfinge e as
Pirâmides
Nesta obra, Victor Borges defende
que a esfinge e as primeiras pirâmides eram centros de encontro entre tribos
para a realização de festivais e ritos de acasalamento entre eleitos de algumas
tribos.
Até então, a humanidade viveu num
sistema profundamente matriarcal.
Adão representa o fim do sistema
matriarcal e o início do sistema patriarcal. Os anos de vida apresentados para
Adão, representam os anos que durou a sua dinastia e, a listagem da sua
descendência, representa as dinastias que lhe sucederam e as divisões internas,
ocorridas na Mesopotâmia.
Os textos seguintes aprofundam
alguns temas já abordados no Livro Primeiro, enriquecendo o conhecimento e
desenvolvendo a sua tese. Aqui poderão saber mais sobre Moisés, Tróia, Buda,
“Postus Galliae et Campus Stellae”, enquanto é resumida a questão relativa a
Jesus, desenvolvida no Livro Primeiro.
Um dos capítulos deste segundo
livro contam a história da vida de Maomé, com a mesma “distância” e
“frontalidade” usada para contar a história da vida de Moisés ou de Jesus
Cristo.
Defende-se que Maomé surge do
seio dos grupos judaicos exilados na península arábica, entre eles os apoiantes
do “Messias”.
Maomé terá sido um asceta “Sufi”,
seguidor das tradições judaicas, que adaptou às necessidades do seu povo.
V – Ibn Qaci
Segue-se um capítulo dedicado a
Ibn Qaci, apresentando uma teoria sobre a sua naturalidade. Segundo Victor
Borges, Ibn Qaci nasceu no Monte Júlia, na freguesia de Alte.
Também Mahfûz, o último rei de
Silves, é alvo de atenção por parte de Victor Borges, num texto que dará muito
que falar entre os historiadores.
VI – Conclusão
O livro termina com dois poemas
ricamente ilustrados por Victor Borges e um conjunto de desenhos e
extrapolações, que evidenciam a riqueza da sua cultura, do seu conhecimento e
da sua vocação artística.
Parece um livro muito interessante.
ResponderEliminarPuxa-vida... Ao ler este resumo, questiono-me se o autor teria alguma vez (pelo menos) lido a primeira carta do apóstolo Paulo aos Romanos... ?
ResponderEliminarNão duvido que o senhor tenha feito uma enorme pesquisa, mas certas coisas são tão básicas que escusavam percorrer mais caminho... :/
(já para não questionar se teria lido mais algum dos livros do Novo Testamento...?)
EliminarAmigo Vitor Madeira, tanto leu, que consta do próprio livro. E tanto leu os outros livros, que a obra contém uma interpretação versículo a versículo do Evangelho de São João e do Apocalipse.
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